Aluno da USP propõe fazendas verticais para segurança alimentar

Caio Siqueira, da Esalq, foi um dos cinco brasileiros selecionados para participar de evento sobre o tema na Bélgica

 24/10/2017 - Publicado há 6 anos
Fazendas verticais buscam produzir alimentos em ambiente controlado – Foto: Blaine O’Neill via Flickr – CC

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“Como alimentar um planeta faminto?”: esse foi o questionamento feito a 100 representantes de 49 países para propor soluções em segurança alimentar e promover a agricultura sustentável, baseados nas Metas de Sustentabilidade da ONU. A ação fez parte da terceira edição do Youth Ag-Summit, realizado de 9 a 13 de outubro, em Bruxelas, na Bélgica. O evento é uma parceria da Bayer com as associações belgas de agricultores Groene Kring e Fédération des Jeunes Agriculteurs.

Cinco brasileiros com idade entre 18 e 25 anos participaram. Entre eles, Caio Cugler Siqueira, estudante de Engenharia Agronômica e licenciatura em Ciências Agrárias da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP em Piracicaba.

A proposta de Caio foi relacionada à agricultura urbana sob a óptica das fazendas verticais, ou seja, a produção de alimentos em ambientes controlados em grandes centros urbanos. “Esse tema têm sido muito estudado em países como Holanda, Estados Unidos e Japão. Parto do princípio que o cinturão agrícola das grandes metrópoles está cada vez mais afastado e fragmentado dos centros urbanos, o que aliado com os custos logísticos, perecibilidade dos produtos e má qualidade da rede logística brasileira tendem a encarecer os produtos em longo prazo. Em longo prazo as fazendas verticais podem ser alternativas interessantes para algumas megalópoles específicas, como Tokyo, New York e até São Paulo”.

Caio durante evento em Bruxelas – Foto: Arquivo / Caio Cugler Siqueira

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Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), a ser apresentado em dezembro deste ano, Siqueira estudou um produtor hidropônico de Piracicaba e dados que levantou em uma visita em uma fazenda vertical no Japão, em Yokohama. “Assim correlacionei as duas técnicas comparando custos energéticos, hídricos, gastos de insumos e de produção”.

O estudante foi aprovado em edital interno da Esalq para estudar durante um semestre na Tokyo University of Agriculture, no Japão. “Lá cursei disciplinas, participei das atividades do laboratório de Biociências e, no final do semestre, fiz estágio de verão em uma fazenda de cultivo hidropônico com conceito de fábrica biológica tecnificada (Fazenda Granpa). Também visitei uma fazenda vertical em Yokohama, onde coletei informações para o meu TCC”.

Durante o evento, os delegados realizaram projetos em grupo, participaram de tours na indústria, e aprenderam com palestrantes especializados. “A missão é ter ideias novas e concretas que podem impulsionar o progresso da agricultura em todo o mundo para serem colocadas em prática quando os participantes retornarem para casa”.

Participantes da Youth Ag-Summit – Foto: Divulgação / Youth Ag-Summit

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Além do estudante da USP em Piracicaba, estiveram na Bélgica representando o Brasil: o jornalista Paulo Palma Beraldo, a estudante de biotecnologia da Universidade de Brasília Letícia Marques, a estudante de Relações Internacionais da PUC-MG Tamires Lacerda e o estudante de engenharia agronômica da UFSC Augusto Akira.

“A oportunidade de participar do Youth Ag-Summit é sem precedentes na minha vida. Foi uma das melhores oportunidades para compreender melhor a realidade agrícola ao redor do mundo e como essa atividade exerce influência na sociedade e na natureza de suas respectivas nações. Estar imerso nesta experiência do YAS fará com que eu continue trabalhando por uma agricultura mais limpa, que atenda às demandas humanas de modo a não se tornar antagônica ao ambiente”.

Caio Albuquerque/ Assessoria de Comunicação da Esalq


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