Não é só de equações e fórmulas que o universo científico é formado. Ele também pode despertar a curiosidade e, muitas vezes, ser abordado de forma leve e divertida. Para abrir os olhos das pessoas para esse lado da ciência, alunos do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG) da USP criaram o site Jovem Explorador.
A proposta nasceu da ideia do professor Ricardo Hallak de divulgar conteúdos relacionados à meteorologia. No entanto, o desenvolvedor da plataforma Gabriel Canivel percebeu que o projeto poderia ser ampliado para todas as áreas científicas.
“Todo mundo é jovem para aprender ciência.” Apoiado nessa concepção, o site busca trabalhar com diversas mídias, como textos, vídeos, áudios e, até mesmo, quadrinhos. Segundo Canivel, o intuito é explorar a ciência de forma mais acessível e interessante.
![Foto: Divulgação](https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/20160531_03-Jovem.jpg)
A plataforma conta com a ajuda de parceiros que são responsáveis por gerar os conteúdos da página. Quando esses são postados, eles são revisados e disponibilizados para o público.
O grupo Estourando a Bolha é um dos parceiros do site. A partir da produção de podcasts (arquivos de áudio), o programa cria uma atmosfera descontraída para abordar temas ligados à ciência.
De acordo com um dos integrantes do projeto, Pedro Lage, a cada episódio eles recebem um professor que comenta sobre um conteúdo específico, como as ondas gravitacionais, por exemplo.
Além de explicar os conceitos, o programa também busca mostrar um lado mais humano dos convidados. Muitas vezes, as conversas chegam a recuperar os longínquos tempos de faculdade dos entrevistados, sendo assim uma maneira de “estourar a bolha” existente entre os alunos e professores.
Um olhar diferente
Para Canivel, o diferencial dessa plataforma é utilizar textos curtos que introduzam os assuntos de forma gradual. Dessa forma, um artigo sobre chuvas, por exemplo, pode ser dividido em inúmeros temas como composição da chuva, a sua recorrência nas diversas regiões do Brasil, entre outros. A ideia é trabalhar com a dinâmica da internet, em que o público não possui muito tempo para ler conteúdos muito longos.
Segundo Canivel, um dos maiores desafios do projeto é o investimento financeiro. No caso das gravações do grupo Estourando a Bolha, algumas vezes eles precisam de equipamentos que não têm no instituto e o processo de obtenção desses materiais é muito demorado e burocrático.
O site foca nos alunos do ensino médio, mas também é direcionado para o público em geral.
De acordo com o estudante, a plataforma acaba sendo uma importante ferramenta para despertar o interesse dos vestibulandos para áreas científicas de pesquisa e, assim, possibilita que eles entrem na universidade já com algum conhecimento dos conteúdos trabalhados nessa área. O objetivo é “moldar a mentalidade do futuro”, afirma Canivel.