Ministério da Saúde inicia Campanha de Vacinação contra o vírus da Influenza, que deve durar até o dia 31 de maio. “Em relação à vacina da Influenza, nós tivemos uma queda importante durante a pandemia. Em 2022, nós tivemos só 70% da população imunizada, quando a meta era 90%, então ficou bem abaixo do esperado“, diz a professora Ana Marli Sartori, do Departamento de Moléstias Infecciosas e Parasitárias da Faculdade de Medicina da USP e também médica no Centro de Imunizações do Hospital das Clínicas, sobre a importância da campanha.
Informações
No município de São Paulo, a vacinação começa com duas etapas: a primeira visa a um público de um milhão e meio de pessoas, sendo elas com mais de 60 anos, crianças de seis meses a seis anos (cinco anos, 11 meses e 29 dias), gestantes e puérperas, imunossuprimidas e povos indígenas.
Já a segunda, que se inicia em 17 de abril, tem o foco nos profissionais da área da saúde, da educação, do transporte coletivo, das Forças Armadas, do sistema prisional, nas pessoas com deficiência permanente, nos indivíduos com comorbidade, na população privada de liberdade e adolescentes em medidas socioeducativas. A vacinação do primeiro grupo continua mesmo na segunda etapa.
É importante lembrar que a carteirinha de vacinação não é obrigatória para conseguir a vacinação contra a Influenza: basta dirigir-se a um posto. Caso tenha a carteirinha em mãos, é um bom momento para atualizar o calendário, mas, mesmo sem, irá receber a dose.
Vacina
“A vacina da Influenza pode ser administrada com qualquer vacina do calendário que esteja precisando de atualização, e é recomendada tanto para as crianças quanto para os adultos e idosos”, diz Ana Marli. Ela ainda coloca que também é importante tomar a terceira e quarta dose ou a bivalente contra a covid-19, se disponível, pois elas estão com baixa cobertura vacinal.
A professora explica como é o imunizante que será aplicado: “A vacina é inativada e de vírus fracionado, ou seja, morto e quebrado. Não há risco dessa vacina causar Influenza. Nós temos disponível a vacina trivalente, que é constituída de duas cepas: A, H1N1 e a H3N2, que são as mais responsáveis pelas epidemias, e uma cepa B”. Não há risco de pegar Influenza por meio da vacina, o que pode ocorrer é ter contato com a doença no período entre a vacinação e o desenvolvimento da imunidade: “A imunidade demora em torno de duas semanas para ser desenvolvida, se a gente entrar em contato com o vírus, ele causa a doença em dois, três dias, então, é possível que a gente adquira a doença antes de ter desenvolvido a imunidade contra o vírus. É importante tomar a vacina o quanto antes, antes que o inverno chegue de vez”, pontua Ana Marli. “A Influenza também causa a Síndrome Respiratória Aguda Grave e pode levar a óbito em situações excepcionais”, acrescenta a médica.
O vírus sincicial respiratório está afetando muitas crianças atualmente, não possui vacina e, por isso, é preciso ter atenção para aquelas que apresentam algum sintoma, já que são parecidos com os da Influenza. Quanto à vacinação, a professora acrescenta: “As crianças que estejam com febre alta, não estejam bem, e que ainda não tenham diagnóstico da doença, não devem ser vacinadas até ter o quadro clínico esclarecido. Entretanto, isso não se aplica à criança que já tem o diagnóstico e já está em tratamento”. Também é importante ter atenção e procurar o sistema de saúde para orientação com crianças que já tiveram reações fortes a outras vacinas.
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