“Uma grande e lamentável perda…”, diz o professor Martin Grossmann. “Com enorme pesar que recebemos a notícia da morte do grande intelectual, ensaísta, filósofo e diplomata Sérgio Paulo Rouanet, no último domingo, dia 3 de julho.”
Em sua coluna Na Cultura, o Centro Está em Toda Parte, na Rádio USP, Grossmann homenageia o pensador e defensor da cultura brasileira. “O pano de fundo para essa pequena e singela homenagem é a trajetória frágil inconsistente, intermitente das políticas públicas para a cultura no Brasil” (clique e ouça o player acima),
Grossmann faz uma retrospectiva dos percalços da trajetória da cultura. “Assinala a criação do Ministério da Cultura (MinC) no governo Sarney em março de 1985. “Celso Furtado foi o seu primeiro ministro. E foi nessa situação que também se criou a primeira lei de incentivos fiscais no Brasil, a cultura. Ou seja, a lei Sarney, de 1986, a primeira de incentivos fiscais à cultura.”
No governo Fernando Collor de Mello, essa lei foi revogada. “Nessa grande crise de governança, assume a pasta justamente Sérgio Paulo Rouanet, revendo e corrigindo falhas da lei anterior. Rouanet propõe uma nova lei de apoio e incentivo à cultura, sancionada em 1991, que ficou conhecida como lei Rouanet.”
Além dessa contribuição para as políticas públicas para a cultura no Brasil, Grossmann destaca: “Rouanet foi um homem público também na democracia, seguindo essa tradição de qualidade de nosso corpo diplomático”. E ressalta a sua importância como pensador. “Rouanet foi um filósofo iluminista nos trópicos. Através do seu senso crítico e revisionista fez importantes leituras seja de Foucault, Freud, e Walter Benjamin”.
Na Cultura, o Centro está em Toda Parte
A coluna Na Cultura o Centro está em Toda Parte, com o professor Martin Grossmann, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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