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O professor e cientista político José Álvaro Moisés considera que amanhã (11) será um dia muito especial para a história política do Brasil. É que será lida, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, a nova Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em Defesa do Estado Democrático de Direito, uma reedição do documento lido pelo professor Gofredo da Silva Telles Júnior há 45 anos, em plena ditadura militar. O colunista chama a atenção para um ponto que, para ele, é crucial na nova carta, que é o de se colocar contra as ameaças de adiamento das eleições “e contra a enunciada disposição do presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, de não aceitar os resultados da manifestação popular que ocorrerá no dia 2 de outubro”.

Para o colunista, o presidente age com a intenção de desacreditar a lisura da urna eletrônica e de investir contra a própria Justiça eleitoral e contra o Tribunal Superior Eleitoral, posição que, aliás, defendeu em recente reunião com embaixadores, no Palácio da Alvorada, em Brasília. “A reunião com os embaixadores foi um fracasso, verdadeiro ponto de não retorno das ameaças antidemocráticas de Bolsonaro, mas teve o mérito de levar a sociedade civil a acordar para a necessidade de reagir.” Ainda sobre a carta – que recebeu a adesão de intelectuais, artistas, advogados e empresários -, Moisés observa que não se trata de um documento de disputa eleitoral, mas de uma manifestação em defesa da democracia e da expressão de um novo movimento destinado a reconstruir a legitimidade do regime democrático. Nesse sentido, trata-se de uma frente democrática ampla, a sustentar a ideia de que a democracia é um sistema político cuja manutenção interessa a todos os segmentos sociais.

Ele conclui: “Essa nova mobilização da sociedade civil abre um tempo de esperança para a democracia brasileira e, ao mesmo tempo, um grande desafio, que é o de saber como todos nós faremos para aperfeiçoá-la e para melhorar a sua qualidade”.

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