Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, comenta a decisão de Luxemburgo ao se tornar o primeiro país do mundo a oferecer transporte público gratuito e explana sobre as possíveis consequências do passe livre na cidade de São Paulo.
Para o professor, prestar atenção neste tipo de política é importante, porque “o custo do transporte público onera fortemente a população de renda mais baixa, que, inclusive, tem o seu direito de circular livremente cerceado pela dificuldade de custear o preço do transporte coletivo”.
O especialista lembra que 16 cidades brasileiras já adotaram o passe livre como política de mobilidade, incluindo aí Vargem Grande Paulista, no interior de São Paulo, e Maricá, no Rio de Janeiro. “Porto Alegre lançou agora uma proposta de garantir a gratuidade do transporte coletivo para todos os trabalhadores assalariados”, exemplifica ele.
Na opinião de Bonduki, para ser implantado em São Paulo, o passe livre precisa ser debatido. Ele lembra que, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina, entre 1989 e 1993, um projeto de lei que garantiria a gratuidade do transporte aumentaria consideravelmente o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o que levou à rejeição da proposta.
Ainda assim, o professor sugere a articulação de receitas que são obtidas através do uso do automóvel, como multas e cobrança por estacionamento em vias públicas, além de pedágios urbanos, para que se possa custear o passe livre, garantindo a mobilidade da população.
Ouça na íntegra no áudio acima.
Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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