A extensão da tomografia de angiotomografia (CTA), padrão para pacientes com AVC agudo, incluindo a parte superior do coração, aumenta significativamente a detecção de trombos cardioaórticos em seis vezes em comparação com as avaliações de AVC convencionais, de acordo com o estudo Daylight, apresentado pelo médico Luciano Sposato no Congresso Mundial de AVC 2024.
Essa extensão simples exige apenas um minuto a mais e aumenta levemente a exposição à radiação, mas identifica pacientes de alto risco que precisam de anticoagulação e monitoramento de fibrilação atrial. O estudo envolveu 830 pacientes com suspeita de AVC/AIT, aleatoriamente designados para receber a CTA padrão ou estendida. Entre aqueles diagnosticados com AVC isquêmico ou AIT, as taxas de detecção de trombo foram de 8,8% no grupo de CTA estendida, contra 1,7% no grupo padrão.
Sposato destacou que a identificação precoce de trombos permite anticoagulação oportuna, podendo prevenir recorrências de AVC. Além disso, a tomografia estendida revela fluxo sanguíneo lento no apêndice atrial esquerdo, indicando maior risco de fibrilação atrial e necessidade de monitoramento prolongado. No entanto, ainda há questões sobre as implicações clínicas e o manejo dos trombos detectados.
O minuto do Cérebro
A coluna O minuto do Cérebro, com o professor Octávio Pontes Neto, vai ao ar quinzenalmente, terça-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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