Ao observar o comportamento dos diversos setores da sociedade em relação aos problemas decorrentes do aquecimento global, o professor José Eli da Veiga constata que “aos poucos, aqui e ali, a ficha caiu”. Antes do encontro no Rio de Janeiro, em 1992, os mais amplos segmentos da sociedade estavam distantes dessa preocupação e não tinham motivos para aderir à ideia do desenvolvimento sustentável. “Acredito que, em 1992, alguns setores eram até hostis. Alguns achavam que preservar a natureza era um luxo”, diz. O que era visto de forma diferente, segundo Eli da Veiga, eram as diversas poluições “que localmente criavam conflitos e levavam governos a agir”.
Mas, de acordo com o colunista, isso mudou! “É impressionante o número de associações e articulações de diversos segmentos que colocam a questão do aquecimento global como prioritária em suas agendas”, observa. Mesmo assim, um dos setores que mais demoraram para aderir a essa corrente de pensamento foi o financeiro. “Somente lá por 2015, às vésperas da Conferência de Paris, que alguns segmentos do setor privado começaram a falar nos ‘títulos verdes’. No entanto, ainda era uma coisa muito incipiente e distante da discussão científica”, lembra o professor. Mas, em 2017, no encontro One Planet, realizado na França, surgiram sinais razoáveis de que o setor financeiro estava, finalmente, embarcando no pensamento sustentável.
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Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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