Seis meses depois de iniciada, guerra no Leste Europeu parece estar longe de um desfecho

A guerra deveria durar dias, pelo ponto de vista russo, mas não foi o que aconteceu, e a grande derrotada, na opinião de Marília Fiorillo, é a própria Rússia

 26/08/2022 - Publicado há 2 anos

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O que era para ser uma ocupação prevista para dias já dura seis meses e tudo indica que vai se prolongar. A professora Marília Fiorillo se refere, é claro, à invasão da Ucrânia pela Rússia, tema desta sua coluna. “O exército da expansionista Rússia encalhou, posições conquistadas foram recuperadas e a resistência ucraniana, fortemente armada e financiada pelos imperialistas do oeste, derrotou a pretensão de superioridade do latente imperialismo do leste”, diz a colunista. O desfecho da guerra é imprevisível e todas as tentativas de negociação resultaram em nada, pelo menos até aqui.

Para a colunista, não resta dúvida de que a grande derrotada até agora foi a Rússia de Vladimir Putin. E explica por quê : “O assalto de Putin conseguiu fortalecer a Otan, combalida durante a administração Trump; conseguiu, num primeiro momento, unir a comunidade europeia, que andava às turras; e conseguiu até que a Alemanha, refém do gás russo, reduzisse drasticamente a sua importação e congelasse a inauguração do Nord Stream 2, um gasoduto que iria diretamente à Europa pelo Mar Báltico”. Isso sem falar da condenação do conflito por organismos internacionais e das denúncias sobre tortura e morte de civis pelas tropas russas, o que configura crime de guerra.

No entender de Marília, “a invasão da Ucrânia não é melhor nem pior do que a do Iraque ou a do Afeganistão, são todas condenáveis e condenadas em longo prazo ao fracasso”. Ela lamenta, porém, o resultado da aventura capitaneada por Putin: milhões de refugiados e desabrigados e milhares de civis mortos. “Divulgou-se que quase a metade da população russa simplesmente ignora que está havendo uma guerra; o contrário se dá com os países do Leste Europeu, alérgicos a Putin. É natural: depois de décadas sob o jugo soviético, eles querem cuidar eles mesmos de seus negócios. Se bem ou mal, isso é outra história.”


Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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