Violência de gênero na Universidade

Em Ribeirão Preto, a USP tem Comissão para Apurar Violência contra Mulheres e Gêneros que atua desde 2016 e já recebeu 38 notificações

 16/01/2018 - Publicado há 6 anos     Atualizado: 16/02/2018 as 13:04
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O Saúde sem Complicações desta semana recebe Maria Paula Panúncio Pinto que é presidente da Comissão para Apurar Violência contra Mulheres e Gêneros (CAV–Mulheres) e professora e coordenadora do curso de Terapia Ocupacional da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

Ela conta que a CAV-Mulheres recebe notificações de discriminação por gênero, como por exemplo as piadas machistas ou até dificuldades encontradas por mulheres que querem ingressar em áreas de estudo formada por muitos homens. “São aquelas coisas que parecem que são bobas, mas que minam a confiança da mulher e todos os dias elas se repetem”.

Além destas, estão entre as notificações atendidas a violência contra a mulher negra e sexual. A professora afirma que uma a cada cinco universitárias irão sofrer violência sexual durante a formação, de acordo com estudos norte-americanos. “Isso acontece com uma frequência assustadora no meio universitário”.

De acordo com a professora, o ambiente universitário compreende as pessoas que estão reunidas em nome da Universidade em qualquer espaço. Por exemplo, nas relações dentro do Campus ou em festas de repúblicas com alunos da USP. Além disso, revela, é preciso desconstruir o mito que quando a mulher diz “não” quer dizer “sim” e a CAV-Mulheres fornece cartilhas para ingressantes no Campus para conscientizar os calouros para a noção de consentimento.

A CAV-Mulheres em Ribeirão Preto, criada em agosto de 2016, apura denúncias que envolvem a violência de gênero e podem ser feitas de forma anônima ou com identificação. Maria Paula diz que se a vítima se identifica pode ser acolhida e atendida presencialmente e que desde a formação da Comissão foram 38 notificações de violência de gênero.

Para a professora, a gravidade de cada caso depende da perspectiva da vítima e sempre envolve relações de poder. Por isso, quando ela é atendida pela CAV-Mulheres recebe orientação para todas as possibilidades e apoio na decisão.

Por: Giovanna Grepi

 

TAG: Saúde sem Complicações, FMRP, CAV-Mulheres, violência, gênero, mulher

 


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