Com a devastação do cerrado, as comunidades locais e a água correm riscos

O Ambiente é o Meio desta semana entrevista Isolete Wichinieski, da Comissão Pastoral da Terra de Goiás, para falar do tema Cerrado, berço das águas.

 03/05/2017 - Publicado há 7 anos     Atualizado: 05/05/2017 as 11:03
Por
Foto: Pablo Casado via VisualHunt / CC BY-NC-SA

A comissão está com a campanha Cerrado Berço das Águas: Sem Cerrado, sem água, Sem Vida que aborda sobre  cuidado necessário com o cerrado para que o ambiente seja preservado. A campanha trata também dos problemas ambientais que podem surgir com o crescimento do agronegócio.

Para Isolete, o cerrado é o berço das águas e muito importante devido vegetação com raízes profundas e o solo arenoso que ajuda a água entrar no solo e se acumular nos aquíferos que distribuem água para os principais rios e bacias do Brasil.

Logo da Rádio USP

Clique aqui para fazer o download. 

Isolete lembra das comunidades que fazem parte da região e que correm perigo com o crescimento das áreas do agronegócio. “Não tendo certificado da sua terra, as famílias que ajudam a tomar conta e preservar o cerrado acabam sendo expulsas”.

Segundo a Isolete, a fauna e a flora são muito mais importantes que uma plantação de soja. “Não existe trabalho humano para produzir a água. O lucro é mais que isso e vale mais que o capital no plantio de soja”. Além disso, a soja só serve para o capital. “A soja é para a exportação e não para alimentar a população local”, completa.

Existem projetos para manter o cerrado em pé. Para Isolete, começa por manter as comunidades nos territórios com legalidade. Além das reformas agrárias que precisam avançar, vários projetos na área precisam ser ampliados e outros criados. “Projetos precisam ser desenvolvidos para salvar e preservar nosso cerrado. Nunca tivemos um ministro que não pensasse no agronegócio”, conclui.

Por Paulo Henrique Moreno


Política de uso 
A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores. Fotos devem ser creditadas como USP Imagens e o nome do fotógrafo.