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Má notícia para os tabagistas: a terapia de reposição de nicotina, feita via adesivos ou por meio de gomas ou chicletes, está ameaçada. Acontece que há uma falta desses produtos nas farmácias, segundo informa o médico João Paulo Lotufo. O pior é que só existe um laboratório produtor desse material no Brasil.  Com isso, a projeção é a de que só a partir de dezembro o fornecimento volte ao normal, o que significa dizer que os pacientes vão ter de encontrar uma forma de conviver com essa realidade, apelando para outros meios. Há formas, porém, de driblar a dependência e a fissura pela falta da nicotina no organismo e é sobre isso que fala Lotufo nesta sua coluna para a Rádio USP. Um dos conselhos que ele dá aos viciados em tabaco é afastar a tentação do cigarro. “Afastar o cigarro significa o quê? Não deixe ele no criado-mudo, a hora que você acorda você já pega e acende, não, deixe ele longe, para você ter aqueles cinco minutos de pensamento do tratamento e aí evitar a fissura, e ela passa em cinco minutos.”

Outro conselho é não comprar cigarros. “Se você passa sempre no mesmo ponto de venda, não passe, se você vai à padaria comprar pão e leite e compra o cigarro, não vá à padaria. Mande outra pessoa ou vá em outro local, um supermercado, então mudar os hábitos, evitar os gatilhos: café, cerveja. Se você está almoçando e depois vem o café e vem o cigarro, a hora que você acaba de almoçar vai escovar os dentes, mude os seus hábitos e procure outras maneiras para você relaxar. Nós vamos ter que aprender a resistir ao cigarro, já que não vamos ter a reposição de nicotina”. Isso, de acordo com ele, funciona. “O que acontece é que os pacientes vem procurando nos grupos o adesivo, porque a gente fornece gratuitamente, só que na falta deles muitos abandonam o grupo, mas se você permanecer no grupo você para de fumar. Não é impossível parar de fumar sem os adesivos e isso está em falta até dezembro.”

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