Estudo realizado no Instituto de Psicologia (IP) da USP traz relatos de psicólogos, brancos e negros, sobre as relações étnicos-raciais em servições públicos de saúde na cidade de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo. Segundo a autora da pesquisa, a psicóloga Mônica Feitosa Santana, as experiências mostram o quanto o racismo ainda afeta a visão tanto dos profissionais de saúde quanto dos próprios pacientes.
A pesquisadora foi a entrevistada desta quinta-feira (22) no podcast Os Novos Cientistas e revela que seu estudo de mestrado aponta para a necessidade de a questão étnico-racial ser incluída na grade curricular dos cursos de graduação em Psicologia. De acordo com Mônica, todos os psicólogos que participaram do estudo mencionaram que não tiveram formação sobre as relações étnico-raciais e que não aprenderam na faculdade que a raça, assim como o gênero e a classe social, também é um fator de análise de desigualdade.
“A psicologia é uma ciência que há anos tem se debruçado sobre as desigualdades. Gênero é um fator que pode gerar dificuldade de desenvolvimento, de pobreza, de construção de projeto de vida. E a classe social à qual uma pessoa pertence faz toda a diferença em seu desenvolvimento, do ponto de vista psicológico”, explica a pesquisadora. Dos 17 psicólogos convidados a participar, nove aceitaram.
O podcast Os Novos Cientistas vai ao ar toda quinta-feira, às 8 horas, dentro do Jornal da USP no Ar, que é apresentado diariamente pela jornalista Roxane Ré (das 7h30 às 9h30) na Rádio USP FM (93,7 MHz).
Ouça a íntegra do podcast.