Poder público culturaliza manifestações de origens africanas

Manifestações como o samba e a capoeira, entre outras, são incorporadas à cultura, mas sem a valorização dos negros

 16/08/2018 - Publicado há 6 anos
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jorusp

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O antropólogo Rosenilton Silva de Oliveira é autor da pesquisa de doutorado A cor da fé: “Identidade negra” e religião. Em sua participação no podcast Os Novos Cientistas, desta quinta-feira (16), nos estúdios da Rádio USP, o pesquisador fez um breve relato sobre seu estudo desenvolvido na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), sob orientação do professor Vagner Gonçalves da Silva.

Segundo o pesquisador, o poder público brasileiro participa de um processo de culturalização de símbolos e rituais religiosos de origem africana, sem dar a devida valorização às pessoas que os trouxeram e os produzem no País. Ele cita como exemplos o samba e a capoeira que, na década de 1930, foram reconhecidos e valorizados como música e esporte nacional, mas, por muito tempo, sambistas e capoeiristas sofreram discriminação e eram punidos perante a lei.

Sobre as manifestações religiosas, outro exemplo mais recente foi a concessão do título de Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil aos festejos da Lavagem do Senhor do Bonfim, cortejo afro-religioso que acontece em Salvador, na Bahia, desde 1745. Na cerimônia, fiéis saem da Igreja de Nossa Senhora da Conceição da Praia, no centro da cidade, e vão até a Colina Sagrada do Bonfim, a oito quilômetros de distância. Durante esse ritual, as escadas e o átrio da igreja são lavados com água perfumada por mães de santo vestidas com trajes típicos de baiana.

O podcast Os Novos Cientistas vai ao ar toda quinta-feira, às 8 horas, dentro do Jornal da USP no Ar, que é apresentado diariamente pela jornalista Roxane Ré (das 7h30 às 9h30) na Rádio USP FM (93,7 MHz).

Ouça a íntegra do podcast.


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