No início de março, foi publicado na revista Nature um artigo que sugere que quem teve covid-19, mesmo as formas leves, pode ter atrofia cerebral. O estudo foi feito com 785 participantes (401 com covid e 384 controles) do projeto do Biobanco do Reino Unido, o UK Biobank.
Os pacientes foram submetidos à ressonância cerebral no período de 1 a 12 meses após a infecção, além de terem realizado o mesmo exame antes de contraírem o vírus.
Os pesquisadores observaram diferenças nas imagens: uma redução da massa cinzenta entre as pessoas que foram infectadas, em comparação àquelas que não foram. “Trata-se de um achado interessante, porque sabemos que o vírus altera a capacidade para sentir odores, e realmente algumas regiões associadas ao olfato eram menores nas pessoas que tiveram covid”, explica Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP. “Além disso, observou-se também uma maior perda da região responsável pela capacidade cognitiva nas pessoas infectadas.”
Mas o que isso significa na prática? Será que essas alterações vão ser duradouras e tornar as pessoas mais vulneráveis a doenças cerebrais no futuro?
É o que Mayana Zatz fala em sua coluna de hoje (31).
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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