Paulo Mendes da Rocha foi um dos mais premiados arquitetos do País e nos deixou, vítima de um câncer, em 23 de maio. Professor da FAU-USP, a professora Raquel Rolnik ressalta seu legado dentro e fora do Brasil. Mendes da Rocha trouxe uma grande riqueza ao Departamento de Projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP. Em 1961, se tornou professor e, em 1969, com o AI-5, foi afastado da FAU e teve seus direitos políticos cassados. O arquiteto voltou à USP em 1980 e foi professor titular até 1998, quando foi aposentado compulsoriamente ao completar 70 anos.
A colunista destaca a intervenção de Mendes da Rocha no departamento e diz que, juntamente com Vilanova Artigas, “partilhavam da mesma ideia, a qual tinha na arquitetura uma dimensão pública e um compromisso com a sociedade”.
Suas obras ocupam vários espaços públicos da cidade de São Paulo, como os projetos de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo e do Museu da Língua Portuguesa. Além de obras como o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE), o arco da Praça do Patriarca e o Sesc 24 de Maio.
Um elemento comum, que pode ser notado em todas as obras, é “a ideia de uma arquitetura que mostra o processo através da qual ela é feita, ou seja, os materiais se apresentam como eles estão, sem revestimentos ou polimento para disfarçar que aquilo foi fruto do trabalho humano da construção”. Ela destaca ainda a leveza do concreto na construção. “A estrutura é a própria arquitetura”, conclui Raquel Rolnik.
Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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