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Na opinião do professor Alberto do Amaral, a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China e aos Emirados Árabes foi marcada por um amplo êxito, não fossem os chineses os principais parceiros comerciais do Brasil, tendo preenchido o lugar antes ocupado pelos EUA. Muitos acordos foram celebrados e, além destes, há uma repercussão prática no sentido de que investimentos de grande porte serão alocados da China para o Brasil em razão dos acordos firmados com o governo de Pequim. O mesmo aconteceu na viagem aos Emirados Árabes, importante porque marcou a tentativa de o Brasil firmar uma parceria com aquele país, que possui recursos econômicos expressivos e que deseja investir em economias confiáveis.

Além dos aspectos meramente econômicos, Alberto do Amaral destaca um outro ponto importante a ser extraído dessas viagens e que diz respeito à diplomacia contemporânea e à oportunidade de discutir temas globais, “que se reportam à totalidade do planeta. Como, por exemplo, as questões relativas à proteção do meio ambiente, a questão da proteção climática e a reativação das organizações multilaterais, que se encontram hoje paralisadas”. Alberto do Amaral cita, como exemplo, o caso da Organização Mundial do Comércio, “que não tem mostrado nenhum ativismo com relação à solução de controvérsias. O próprio Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas não tem exibido a importância que deveria ter em lidar com os grandes conflitos do nosso tempo, como o caso da guerra da Ucrânia”.

O colunista prossegue: “Moscou não pretende nem mesmo um cessar-fogo no momento e Kiev pretende lutar pela sua independência; portanto, a questão de um acordo de paz é uma questão difícil, mas é possível pensar num cessar-fogo. Um dos grandes desafios aqui está na relação complexa entre as normas de cooperação e as normas de coexistência, as normas de coexistência são aquelas que se referem a como os países devem coexistir, já que são soberanos e precisam respeitar a soberania dos demais Estados. Esses são alguns dos grandes desafios que a diplomacia brasileira deverá enfrentar nos próximos meses e anos”.

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