Para bom índice de desenvolvimento socioeconômico, é necessário levar em conta saúde, educação e segurança

Luciano Nakabashi cita os índices medidos pelo Centro de Pesquisa em Economia Regional para determinar o desenvolvimento socioeconomico de uma região

 13/10/2021 - Publicado há 2 anos

Na coluna Reflexão Econômica desta semana, o professor Luciano Nakabashi fala sobre a importância dos Indicadores de Desenvolvimento Econômico, que medem o nível de bem-estar das pessoas, o que é fundamental para as políticas econômicas. O professor lembra que, para o desenvolvimento econômico de um país, por exemplo, é fundamental o aumento da capacidade produtiva, ou seja, aumentar o PIB de uma região ou de um país, o que pode melhorar a condição de vida da população e consequentemente o bem-estar. “Quando temos um país com um PIB mais alto, as pessoas tendem a ter mais acesso à saúde, educação e segurança, elementos importantes para o bem-estar.”

O PIB é muito utilizado nesse sentido, diz Nakabashi, porque existe uma metodologia das contas nacionais, utilizada por vários países, então é possível comparar entre países, “mas o PIB tem problemas, deixa muita coisa de fora”. Como exemplo, o professor cita a distribuição de renda entre as pessoas, que é ruim. O professor diz que existe um esforço para tentar melhorar as medidas de bem-estar, além do PIB, um deles é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), “que leva em conta, além do PIB, indicadores de saúde e educação, fundamentais para o bem-estar e para se ter condições de trabalho”.

Já o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico, medido pelo Centro de Pesquisa em Economia Regional (Ceper),  leva em conta, além da renda, variáveis como educação, tanto em relação às notas dos alunos quanto em relação à distorção idade/série, indicadores de saúde e longevidade, indicadores de saúde como números de médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, por mil habitantes. Também algumas variáveis que normalmente não são utilizadas, relacionadas ao saneamento básico, como índice de esgoto tratado, de coleta e de abastecimento de água, e ainda crimes contra o patrimônio, como furtos de veículos e furtos e roubos, por mil habitantes. “Utilizamos os índices de saúde porque é um índice fundamental para o bem-estar das pessoas e o saneamento básico é fundamental para a saúde.”

Outro índice importante e normalmente não utilizado, segundo Nakabashi, é o de criminalidade, o que é fundamental para o bem-estar das pessoas. “Nos índices Ceper, relativos a 2013, 2015 e 2017, os resultados mostraram que a Região Metropolitana de São Paulo, por exemplo, mesmo sendo a mais desenvolvida em termos econômicos, não atinge índices mais elevados de indicadores socioeconômicos, pois tem altos níveis de criminalidade e de crimes contra o patrimônio. São mais elevados tanto na capital como nas regiões do seu entorno.”

Já as regiões Noroeste, Oeste e Norte, diz Nakabashi, são regiões não tão ricas em termos de PIB/per capita, mas têm municípios com bom acesso à educação e saúde, além de indicadores de criminalidade mais baixos. “Essas regiões acabam se sobressaindo em relação àquelas que são economicamente mais desenvolvidas, por isso é importante levar em conta essas outras variáveis que afetam diretamente o bem-estar das pessoas.”


Reflexão Econômica
A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar quinzenalmente,  quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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