Blog

A necessidade de apoiar os jovens cientistas, desde os estudantes até os ingressantes na carreira universitária, é o tema da coluna do físico Paulo Nussenzveig. “Já mencionei, antes, a situação de penúria do financiamento federal, em que o orçamento do CNPq, uma agência federal para financiar a pesquisa, não prevê recursos para financiar pesquisas, apenas garantir pagamento de bolsas.”, relata. “A Capes, principal financiadora da pós-graduação, promove cortes de bolsas ou mudanças surrealistas na forma de sua distribuição, ameaçando a sobrevivência de tradicionais programas de pós-graduação de excelência. É preciso lembrar sempre que os valores das bolsas da Capes e do CNPq não foram reajustados desde 2013!”.

“Diante dessa situação, considero fundamental que cientistas mais experientes, gestores universitários e avaliadores de agências de fomento deem especial atenção aos pesquisadores mais jovens. Em julho, foi publicado um comentário de Ross Levine e Kimryn Rathmell, na revista Nature Reviews Cancer, sobre o impacto da pandemia nas carreiras de jovens pesquisadores”, aponta o físico. “Se as restrições às interações presenciais causam problemas para todos os cientistas, dificultando os contatos informais nas conferências, que costumam originar várias novas colaborações e ideias inovadoras, isso é ainda mais grave para aqueles que iniciam suas carreiras.”

“Na fase de afirmação, é especialmente importante que pesquisadores deem palestras em eventos científicos, tornando-se conhecidos e recebendo críticas dos mais experientes especialistas. A formação de redes de colaboradores também é crucial nessa fase”, ressalta Nussenzveig. “Os autores apresentam algumas recomendações que considero importantes, como aumentar as oportunidades para os jovens em conferências (presenciais ou virtuais), aumentar a conectividade geral entre os cientistas, aumentar os prazos dos financiamentos para os mais jovens e incrementar a atuação de cientistas mais experientes como mentores.”

Ouça mais clicando no player acima.

.

.