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O professor Guilherme Wisnik faz do padre Julio Lancellotti o tema de sua primeira coluna do ano, ao lembrar que este foi agraciado com o Prêmio Urbanidade, concedido pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) aos melhores de 2020 na categoria Arquitetura, a que o colunista atribui à importante ação que desempenha há muitos anos na proteção dos moradores de rua, das crianças e dos doentes, “considerando a importância de tudo isso como fenômeno de urbanismo, ou de urbanidade, isto é, como visão de cidade, a proteção dos vulneráveis que estão nas ruas. Num momento em que os projetos de grande escala vão perdendo a relevância que já tiveram, vão sendo menos encomendados também, muitas vezes uma certa acupuntura urbana, de ações efetivas, de pessoas que colocam a mão na massa, que voluntariamente realizam ações que se tornam muito relevantes e importantes e que, portanto, aparecem como exemplos a serem seguidos, acabam sendo muito eficazes na dimensão de uma reflexão sobre o que é a cidade”, diz Wisnik.

Ele comenta também sobre uma ação protagonizada dias atrás pelo padre Lancellotti, que ganhou destaque na imprensa ao aparecer destruindo um obstáculo colocado pela Prefeitura da cidade sob um viaduto do Tatuapé, na zona leste, com o intuito de evitar  a presença de moradores de rua no local, numa atitude que o colunista considera eugenista por parte da autoridade municipal. “A Prefeitura de Bruno Covas deixa um precedente muito sinistro ao fazer obras assim, e a ação do padre neste caso orienta-nos numa direção da cidade para todos, de uma cidade mais igualitária, que é o que todos nós desejamos”, acrescenta Wisnik.

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