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O cantor e compositor Gilberto Gil, que acaba de completar 80 anos de vida, é o tema desta coluna do professor Guilherme Wisnik, que o enaltece como um dos maiores artistas do Brasil de todos os tempos, dono de uma obra “generosa e abrangente, de uma profundidade incrível”. Wisnik o considera um “artista profundamente cortante na área rítmica, assim como um compositor extremamente incrível das canções reflexivas, das canções existenciais, dos labirintos do ser, do Oriente, do aqui e agora, desse mergulhar no tempo presente, no lugar da plenitude, do tempo rei, da água que bate na pedra, de tudo que se transforma porque permanece como é”.

Segundo o colunista, como se não bastasse ser a figura única que é, Gil ainda ostenta o fato de ser um dos grandes artífices do tropicalismo, movimento musical que deu novos tons à paisagem da música popular brasileira no final dos anos 1960. Nesse ponto, Wisnik fala da influência exercida pela Banda de Pífanos de Caruaru e dos ritmos do Nordeste sobre a obra do compositor baiano, inspirada também pelos Beatles e por Jimi Hendrix. “E como se isso fosse pouco, na segunda metade dos anos 70, Gil vai fazer um mergulho profundo nas raízes africanas”, imersão que resultou no álbum Refavela (1977) e na revalorização do bloco de afoxé Filhos de Gandhy. O colunista conclui: “O papel de Gilberto Gil, com seus 80 anos, é crucial e luminoso e devemos agradecer muito a existência dele entre nós”.

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