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O filme Os 7 de Chicago, estreia recente na Netflix, “conta a história do polêmico julgamento de sete militantes contra a Guerra do Vietnã”, explica Giselle Beiguelman em Ouvir Imagens, na Rádio USP (clique e ouça o player acima). “Esses grupo participou, no ano de 1968, de uma enorme manifestação em Chicago, quando acontecia a Convenção Nacional Democrata. Essa manifestação envolveu diferentes grupos contrários à Guerra do Vietnã.”

A professora lembra as cenas em que milhares de policiais foram convocados para controlar os protestos, mas, mal preparados para lidar com a situação, partiram para o ataque e desencadearam um tumulto que resultou em mortes e muitos feridos. “Os líderes de alguns grupos foram acusados de conspiração e levados a um julgamento que se tornou histórico, por distintos motivos: pela manipulação judiciária para condená-los, pelos eventos racistas que se passaram ao longo do processo e por ter marcado um divisor de águas na opinião pública sobre a Guerra do Vietnã.”

Embora o filme passe quase integralmente em um tribunal, Giselle Beiguelman comenta que está longe de ser enfadonho. “A verve do diretor Aaron Sorkin, que é também conhecido por ser um dos melhores roteiristas da atualidade, consegue transformá-lo numa narrativa bastante dinâmica, com momentos muito emocionantes. Os minutos iniciais são desde já antológicos, nos anais da futura história da edição e montagem cinematográfica.”

Sem querer contar o filme, mas aguçando a curiosidade dos ouvintes, a professora compara: “Chamo a atenção para a atualidade das discussões, especialmente no contexto da eleição presidencial dos EUA que se aproxima”. E aponta: “Outro ponto que merece destaque, do ponto de vista da atualidade do filme, é a da importância da independência do Judiciário em relação ao Poder Executivo e o quão perigoso, para a sociedade, é a contaminação entre esses Poderes. Um debate que faz muito sentido nos EUA de hoje, e é de suma relevância para o Brasil no contexto atual”.

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