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A Turquia realizou, no último domingo (14) eleições parlamentares e presidenciais. Disputam a eleição dois candidatos principais: Erdogan, atual presidente, no poder há cerca de 20 anos, e  Kilicdaroglu, candidato oposicionista de centro-esquerda. Segundo Alberto do Amaral, Erdogan transformou radicalmente a política turca a partir de 2002. “Desde a fundação do país, a Turquia era uma democracia parlamentar. Erdogan, ao chegar o poder, empreende uma série de reformas e transforma a democracia turca numa autocracia. Em 2017, a Turquia transforma-se de uma democracia parlamentar em uma democracia presidencial. Extinto o cargo de primeiro-ministro, Erdogan é ao mesmo tempo chefe de Estado e chefe de governo. Cuida das funções administrativas e da política externa”, diz o colunista.

Ele dá sequência à sua análise, lembrando que a política turca hoje é uma política de perseguição aos opositores, sobretudo àqueles que critiquem o governo. Amaral se dispõe a seguir discorrendo sobre o que está em jogo hoje na política turca. “O que está em jogo, em primeiro lugar, no plano interno, é a existência de uma democracia ou de uma autocracia. Continuará a Turquia sendo uma autocracia governada por um presidente que reprime a oposição e que condena os seus opositores? Será a democracia uma realidade na Turquia?”, indaga Amaral.

Já em relação à política externa, o que está em causa na Turquia “é o seu posicionamento em relação ao Ocidente ou Oriente, é saber se a Turquia continuará a manter boas relações com a Otan, com a China, com a Rússia. Erdogan é amigo de Putin, tentou mediar um acordo de paz na Ucrânia, sem êxito, mas no plano externo tenta afirmar o poder turco. Inaugurou recentemente uma usina nuclear construída com tecnologia russa e um porta-aviões. Portanto, nós temos grandes questões envolvidas nas eleições turcas, que dizem respeito tanto ao plano interno quanto ao plano externo, quanto à manutenção da democracia, quanto à estabilidade regional na Ásia, na Europa e no restante do mundo”.

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