O Senado e a Câmara do Estado de Nova York aprovaram a legalização da posse de até 85 gramas de maconha e o cultivo e a venda da droga para maiores de 21 anos, em uma das legislações mais abrangentes sobre o assunto nos Estados Unidos. A medida faz com que Nova York seja o 15º a permitir o uso recreativo da maconha. O projeto permite a maiores de 21 anos comprar maconha e cultivar plantas para o consumo pessoal, elimina as multas por posse de até 85 gramas da droga (a lei atual permite até 55 gramas) e amplia o programa de uso medicinal da maconha.
A legalização pode render ao Estado cerca de US$ 350 milhões (cerca de R$ 2 bilhões) por ano e criar de 30 mil a 60 mil empregos, segundo o governo de Nova York. João Paulo Lotufo diz, em sua coluna semanal para a Rádio USP, que “a questão financeira ganhou de novo, como ocorre com o álcool, tabaco e agora com a maconha”. Mas as vendas não devem começar até que o Estado regulamente a lei e crie um conselho, e a estimativa é que o início da comercialização possa levar de 18 meses a dois anos.
O lado positivo é que Nova York também deve começar a eliminar automaticamente os registros de pessoas com condenações anteriores por crimes relacionados à maconha, que deixarão de ser criminalizadas. Mas a questão da saúde é a mais afetada, segundo Lotufo, “por várias razões, como dependência, lesões pulmonares, intoxicações em menores de idade, aumento do abandono escolar, a dificuldade de aprendizagem, isso sem falar do aumento nos acidentes de trânsito, entre outros”, analisa. A pergunta que fica é: será que vale a pena? No campo da saúde, é preciso uma campanha para explicar os malefícios da maconha no curto e no longo prazo.
Dr. Bartô e os Doutores da Saúde
A coluna Dr. Bartô e os Doutores da Saúde, com o professor João Paulo Lotufo, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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