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Nesta edição de sua coluna, o professor Guilherme Wisnik homenageia Paulo Mendes da Rocha, falecido no último dia 23, citando algumas frases do arquiteto que considera particularmente inspiradoras. Como esta, sobre o Morro do Corcovado, no Rio de Janeiro: “Eu sempre imaginei que aquele Cristo mais ameaça a cidade do que a ampara, tira toda a força da liberdade, da mágica dos negros que vieram para cá. Iemanjá deve ficar apavorada”. Ou esta, sobre segurança e violência urbana: “Não preciso ser assaltado para ser vítima de violência. Quem são esses seguranças que protegem as pessoas ? Tenho medo é de quem fabrica revólveres, prefiro levar um tiro do que andar num carro blindado. A presunção de andar num carro desses é absurda […]. E aí, quando você volta para casa, a casa é blindada, seu filho é blindado, sua mulher é blindada ? Que besteira é essa?”.

Ou ainda esta, que poderia talvez sintetizar a própria vida do arquiteto : “Você nasce e sabe que vai morrer. E por que você não fica desanimado, o que é essa animação? É essa certeza de que não nascemos para morrer, nascemos para começar. Cada um de nós começa tudo, nós somos a totalidade do conhecimento. Toda a experiência e a história só existem nos que estão vivos ao mesmo tempo”.

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