Depois de comentar sobre a importância do programa televisivo Apostrophe para uma nova percepção da relação entre literatura e público na França em sua coluna Biblomania da semana passada, a professora Marisa Midori continua explicando como o fenômeno televisivo tornava estrelas os autores que apareciam nas telas. “Bernard Pivot, o âncora do programa, soube equilibrar a presença de autores acadêmicos, que sustentavam seus pesados volumes – por exemplo, ele entrevistou o historiador com Georges Duby e fez de sua História da França Rural um best-seller”, relata.
A professora ainda conta um fenômeno parecido no Brasil, quando a Globo exibiu a minissérie Os Maias. “De repente, eu percebi que as pessoas estavam lendo o romance no Metrô; e mesmo conhecidos ou parentes meus que não eram dados à literatura, passaram a falar sobre Eça de Queirós e estavam verdadeiramente dispostos a ler aquele catatau, um clássico da literatura portuguesa”, afirma.
Além disso, Marisa Midori fala sobre o lugar do autor na história do livro. Segundo ela, “diferentemente do que acontece com a história literária – se bem que em diferentes momentos a crítica literária tenha proposto o deslocamento do autor, em benefício do texto – a história do livro estabeleceu uma relação bem diferente com o autor”.
Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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