Jabuti olha a universidade pelo retrovisor

A professora Marisa Midori comenta sobre os laureados deste ano do mais importante prêmio literário do Brasil

 04/12/2020 - Publicado há 3 anos
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“No dia 26 de novembro, escritoras e escritores brasileiros, dedicados a produções em diferentes gêneros editoriais e áreas do conhecimento, foram laureados com o mais popular e também o mais brasileirinho de todos os prêmios literários do País. Eu me refiro ao Jabuti, outorgado pela Câmara Brasileira do Livro.” Assim a professora Marisa Midori inicia a coluna Bibliomania desta semana. A professora ainda acrescenta que o Jabuti chegou à sua 62ª edição e parabeniza à CBL por manter esse prêmio, “que certamente contribui para alimentar o interesse dos leitores brasileiros sobre a nossa produção literária, artística e científica (…) e gratificar os editores que realizam essa missão tão honrosa e não raro tão árdua que é editar, ou seja, trazer à luz, tornar pública toda manifestação do pensamento”.

Mesmo sendo difícil falar sobre os destaques da premiação, a professora cita uma grande vitoriosa da noite, agraciada na categoria Livro do Ano: Cida Pedrosa, que venceu com um livro de poesia, Solo para vialejo. “Eu sempre digo a meus alunos que editores de poesia são raros, porque a maioria deles, atentos às regras do mercado, parecem ter sepultado este gênero literário tão nobre quanto obscurecido no mercado”, comenta.

Mas, lamenta Marisa, o Jabuti, que tanto fez pelas editoras universitárias, agora parece se despedir delas. “Eu me pergunto se isto é fruto do rearranjo das categorias em disputa, ou se as editoras universitárias encolheram a tal ponto que não merecem mais a atenção dos leitores e do corpo de jurados que seleciona os livros”, reflete. E conclui: “Me parece que o trabalho universitário ficou obscurecido na nova versão do prêmio. E, com ele, as suas editoras. O que é uma grande pena, particularmente, nos dias de hoje”.


Bibliomania
A coluna Bibliomania, com a professora Marisa Midori, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 9h00, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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