Iniciativa da Prefeitura de São Paulo precisa priorizar moradia para população mais pobre

Para Nabil Bonduki, novo programa habitacional capitaneado pelo prefeito Ricardo Nunes é relevante, mas ação tem inúmeros problemas que “precisam ser equacionados”

 24/03/2022 - Publicado há 2 anos
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Na edição de Cotidiano na Metrópole desta semana, o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) da USP, discute soluções para o problema habitacional da capital paulista.

Para o professor, a recente iniciativa do prefeito Ricardo Nunes, que lançou um programa de compra de 45 mil unidades habitacionais produzidas pelo setor privado, em um investimento de R$ 8 bilhões até 2024, “trata-se do maior investimento feito em habitação popular de interesse social nos últimos anos”. Entretanto, a ação tem inúmeros problemas que “precisam ser equacionados”, afirma.

“Em primeiro lugar, precisa ficar muito claro que essas habitações subsidiadas vão ser oferecidas apenas para a população de baixa renda, abaixo de dois ou, no máximo, três salários mínimos”, defende o professor, ao explicar que programas de financiamento como o antigo Minha Casa Minha Vida já incluíam a faixa de pessoas com renda superior a isso.

Além disso, é importante que as moradias priorizem os chamados “eixos de estruturação urbana”, áreas da cidade onde existem sistemas de transportes de alta e média capacidade, ou seja, que permitem o deslocamento rápido entre regiões de moradia e local de trabalho. A medida é crucial, pois “um dos principais objetivos deve ser aproximar a habitação do emprego”.


Cotidiano na Metrópole
A coluna Cotidiano na Metrópole, com o professor Nabil Bonduki, vai ao ar quinzenalmente às quinta-feira às 9h00, na Rádio  USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção a Rádio USP,  Jornal da USP e  TV USP.

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