Impunidade das forças de segurança privadas aterroriza povo moçambicano

Para Marília Fiorillo, guerra entre governo e grupo islamista tem requintes de crueldade de ambas as partes, ao passo que empresas multinacionais tiram as riquezas do povo, sem dar oportunidades de emprego

 25/09/2020 - Publicado há 4 anos

Na coluna Conflito e Diálogo desta semana, Marília Fiorillo comenta sobre os rubis de sangue de Moçambique. A BBC, famoso canal de notícias britânico, divulgou um vídeo de uma mulher nua correndo aterrorizada de quatro soldados de Moçambique. Após ser espancada, a mulher acaba sendo executada com quase 40 tiros. “Já são quase 300 mil refugiados internos de uma guerra entre o governo e o grupo islamista, com requintes de crueldade de ambas as partes”, comenta a colunista.

Marília explica que esse conflito teve início quando o governo moçambicano removeu comunidades inteiras de suas próprias terras, isso devido ao rico estoque de rubis e de gás natural. O país africano tem uma vasta gama de recursos mineiras, tais como o carvão, ouro e o titânio. Além dessas reservas, também foram descobertos depósitos de rubis no país, o que deu esperanças de um futuro melhor para o povo moçambicano. Essas esperanças não se concretizaram, pois o governo entregou as terras citadas acima para companhias privadas. Sem perspectivas de melhora e sem apoio governamental, muitas pessoas acabaram atraídas para o grupo jihadista Al-Shabab.

“As empresas multinacionais que ganharam as concessões são protegidas por forças de segurança privadas, mercenários, cujos crimes e impunidade são notórios, não havendo limites para suas atrocidades”, conclui.

Ouça a coluna na íntegra pelo player acima.


Conflito e Diálogo
A coluna Conflito e Diálogo, com a professora Marília Fiorillo, vai ao ar quinzenalmente sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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