Imóvel da família pode ser tomado por banco em caso de não pagamento de dívida

Ao comentar projeto de lei aprovado na Câmara, Raquel Rolnik teme que, na prática, aumentem as situações de endividamento e perda do imóvel

 09/06/2022 - Publicado há 2 anos
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Projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados autoriza que um imóvel de família seja usado como garantia de empréstimos. Isso significa que, se o consumidor não pagar a dívida, o banco pode tomar o imóvel no qual a pessoa mora para quitá-la. Vale lembrar que, desde 1990, se o alvo em questão for o único imóvel da família, ele não pode ser executado. A partir de agora, isso pode mudar.

O efeito disso é pressionar uma situação que já é bastante delicada, visto que grande parte das famílias já está endividada. Além disso, há um risco de colocar a casa no penhor para quitar a dívida e, no momento do leilão, se o valor oferecido for inferior ao do imóvel, o dono perde o bem e ainda fica com a dívida, como ocorreu na crise hipotecária nos Estados Unidos e na Espanha.

A colunista Raquel Rolnik teme que, na prática, a medida deva aumentar a possiblidade de endividamento, perda do imóvel e aumento do número de pessoas sem teto nas cidades. O assunto ainda deve ser discutido no Senado.


Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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