O jornal The Washington Post se absteve de apoiar os candidatos à Casa Branca, o que acarretou uma série de consequências imediatas, como a perda de assinantes. O Los Angeles Times também adotou a mesma postura e não endossou a candidatura quer de Donald Trump, quer de Kamala Harris – o mesmo fizeram outras dezenas de jornais. “Em 2016, só 26 dos 100 maiores jornais não apoiaram nenhum candidato à presidência; agora, em 2024, foram 71, cerca de quase três quartos dos jornais de maior importância do país resolveram ficar neutros”, diz Carlos Eduardo Lins da Silva, que supõe que muitos desses jornais temessem que uma vitória de Donald Trump “pudesse resultar em algum problema para eles”. O colunista lembra que o proprietário do The Washington Post, Jeff Bezos, teve sérios problemas durante o primeiro mandato do Trump, porque este “ficava se vingando da cobertura que o Washington Post fazia do governo dele”.
Para Lins da Silva, a decisão do jornal abre um precedente “que pode ser muito nefasto para o Post e para a sociedade americana. O Post perdeu 250 mil assinantes em uma semana, 10% do total de assinantes que eles tinham por causa dessa decisão e diversos jornalistas deixaram o jornal e editorialistas deixaram de fazer editoriais em protesto contra a decisão do Bezos”, conclui.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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