Falta ação do poder público para combater desigualdade digital

Experiências realizadas com crianças e jovens, em diversas partes do mundo, mostraram o poder revolucionário do acesso digital

 18/02/2021 - Publicado há 3 anos
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Segundo o professor José Eli da Veiga, um problema que ficou visível com a pandemia foi a educação on-line. “Crianças com maior acesso à informática se distanciaram das que não tinham e que sofreram muito mais com a suspensão das aulas presenciais”, diz. Segundo o professor, experiências realizadas em diversos países, e sem interferência do poder público, comprovam que a criança se torna quase que autônoma para aprender, precisando de pouca ajuda docente. Para o colunista, é um “mistério” o fato de o poder público não produzir iniciativas nesse sentido.

“E exemplos não faltam”, diz Eli da Veiga. Há cerca de 20 anos, o pesquisador indiano Sugata Mitra montou um laptop e o colocou do lado de fora de uma casa numa favela. A partir de suas observações, ele formulou uma hipótese de que a aquisição de habilidades básicas pelos jovens pode se dar por meio de aprendizagem autônoma, desde que tenha acesso a uma instalação de computação. Tal constatação foi replicada por Nicholas Negroponte, do MIT, principalmente na Etiópia. E, em 2017, se tornou motivo para o Prêmio Global Learning Xprize, patrocinado pelo empresário Elon Musk e pela Google. Eles aplicaram e constataram a mesma coisa em 167 vilarejos da Tanzânia.


Sustentáculos
A coluna Sustentáculos, com o professor José Eli da Veiga, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção na Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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