Energia eólica no Brasil é relevante e tem potencial de crescimento, diz especialista

Segundo Bruno Carmo, esse tipo de energia é limpa e tem viabilidade econômica para o País, além de ser objeto de diversas pesquisas que visam à melhoria de sua implementação

 31/05/2023 - Publicado há 11 meses
Em 2022, o País foi o terceiro no mundo a instalar mais parques eólicos   Foto: Pxfuel
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O Brasil tem atualmente capacidade de produzir 22 a 25 mil megawatts de energia eólica. Só a região Nordeste é responsável por 90% dessa produção nacional. Existem meios de ampliar essa capacidade, por meio de pesquisas e estudos que envolvem a indústria e o meio acadêmico, conforme explica Bruno Carmo, do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da USP e vice-diretor científico do RCGI (Research Centre for Greenhouse Gas Innovation): “A gente vem trabalhando sempre muito próximo da indústria, dos operadores de parques e os fabricantes, no intuito de fazer pesquisa que tenha relevância e impacto social e econômico para a sociedade brasileira”.  

Avanços

Em 2022, o País foi o terceiro no mundo a instalar mais parques eólicos e tem grande importância para a economia mundial: “A energia eólica tem uma variabilidade natural, então você tem que saber lidar um pouco com isso e conjugar essa fonte de energia com outras. O Brasil tem um potencial maior do que esse, a energia eólica já é a segunda fonte mais importante na matriz energética elétrica do Brasil. Ela começou principalmente na região mais litorânea e costeira do Nordeste, onde os ventos são de excelente qualidade, muito regulares”, explica Carmo.  

Bruno Carmo – Foto: rcgi.poli.usp

Como reflexo da alta produção de energia vinda do Nordeste, estados dessa região são os principais na expansão da atividade eólica: “Hoje em dia, a fronteira de expansão está mais no interior da Bahia, do Maranhão, Piauí, onde a gente tem vários parques importantes sendo construídos. Também tem alguma coisa no sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, mas numa potência um pouco menor”. 

Por já ser uma tecnologia conhecida e explorada, os desafios envolvem a inovação e as melhorias no que já existe. Carmo traz exemplos de métodos que estão sendo testados: “Todos os desafios atuais são sempre no sentido de otimizar a produtividade dessa forma de energia e também de explorar novas fronteiras, a utilização de turbinas eólicas em terrenos mais complexos, sujeitos a maiores variabilidades do que em terrenos mais planos; uma outra aplicação também, que é um exemplo importante, é a de turbinas eólicas montadas em plataformas flutuantes, que possibilitam a extração de energia eólica em lugares onde a lâmina d’água é mais profunda. Existem diversos desafios de entender qual é o melhor projeto de sistema flutuante e dos sistemas de amarração para que você tenha, ao mesmo tempo, um sistema seguro que não vai falhar e que seja economicamente viável”, conclui. 


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