Eleição presidencial nos EUA acontece em momento muito instável do mundo

Pedro Dallari aborda as características do processo eleitoral norte-americano e como os candidatos dos dois partidos tratam as crises mundiais, como as guerras e o retrocesso na promoção dos direitos humanos

 21/08/2024 - Publicado há 5 meses
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O tema da coluna desta semana são as eleições presidenciais norte-americanas, que irão ocorrer no mês de novembro, e que têm como candidatos Donald Trump, do Partido Republicano, e Kamala Harris, que deverá ser confirmada na Convenção do Partido Democrata. O professor Pedro Dallari aborda as principais características do processo eleitoral, como o bipartidarismo, as convenções partidárias  e a eleição por um Colégio Eleitoral.

“Há uma peculiaridade na eleição norte-americana, que é que, para a apuração do resultado, a contabilidade dos votos é feita por Estado, de tal maneira que, na maior parte dos 50 Estados norte-americanos, o candidato que ganha a eleição em determinado Estado tem o apoio do Estado na eleição presidencial, que será feita, ao final, por um colégio eleitoral. Então, não é suficiente ter mais votos na eleição popular, mas é importante ganhar no número de Estados que assegure maior número de votos nesse colégio eleitoral. Pode acontecer, inclusive, a situação de um candidato ou uma candidata que ganhe na eleição popular, não conseguir mais votos no Colégio Eleitoral e perder a eleição. Este é um sistema muito criticado, mas que vigora nos Estados Unidos há mais de 200 anos”, explica.

Dallari também fala sobre a importância dessas eleições diante dos graves problemas que o mundo contemporâneo está enfrentando, como as guerras na Ucrânia e na faixa de Gaza, o aquecimento global e o retrocesso na promoção dos direitos humanos. “O mundo vive hoje um quadro muito problemático, uma situação mundial muito instável, e as duas candidaturas presidenciais, de Donald Trump e Kamala Harris, têm fórmulas muito diferentes para lidar com esse problema. O republicano Donald Trump é refratário à ideia do multilateralismo, à ideia de globalização e defende uma posição muito mais agressiva dos Estados Unidos. Já os Democratas tradicionalmente são mais favoráveis ao entendimento global no âmbito das organizações internacionais, pelo menos neste atual contexto, portanto. Diferentemente de eleições mais antigas, nesta eleição norte-americana estará em jogo a forma como aquele que é o principal país do mundo, no sentido econômico, no sentido militar, vai lidar com as graves crises do mundo contemporâneo”, considera.


Globalização e Cidadania
A coluna Globalização e Cidadania, com o professor Pedro Dallari, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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