É preciso mais rigor na fiscalização e punição para quem promove queimadas

Luciano Nakabashi atribui à ação humana a responsabilidade pela maior parte das queimadas que vêm ocorrendo em várias regiões do Estado de São Paulo e do País

 18/09/2024 - Publicado há 3 meses

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Não é segredo que as mudanças climáticas trazem impactos bastante relevantes para a sociedade, a despeito dos alertas que a ciência vem emitindo já há bastante tempo. O governo do Estado de São Paulo tem calculado custos econômicos em torno de R$ 2 bilhões decorrentes das queimadas. Inundações no Sul e seca intensa em outras regiões do País têm sido a tônica e os custos econômicos – quando não de vidas humanas – se sucedem. Luciano Nakabashi acredita ser possível minimizar o efeito da ação humana nesse processo e recomenda como prevenção a transição para as energias renováreis. “Não só as energias renováveis, mas carro elétrico, carro híbrido, emitir menos gases de efeito estufa, isso já é bastante conhecido, mas a população tem que ter consciência disso para que ela mude as suas próprias atitudes e que pressione também o setor público a alterar as políticas econômicas e sociais, no sentido da gente ter uma convivência mais harmônica com o meio ambiente de uma forma geral.”

Em relação às queimadas propriamente ditas, apesar do clima seco das últimas semanas,  é possível perceber a ação decorrente do ser humano, uma vez que, segundo o colunista, é muito difícil a ocorrência de queimadas espontâneas, “então o grosso, mais de 90%, praticamente próximo de 100%, acaba tendo ação direta do ser humano, seja de forma intencional ou não, seja de forma criminosa ou não, acaba tendo ação do ser humano, então é preciso que se tenha mais vigilância, uma maior punição para quem coloca fogo de forma intencional e uma maior probabilidade de que essas pessoas sejam de fato pegas com  provas. É preciso um sistema, por um lado, de mais vigilância, de câmeras nas rodovias, para que se consiga detectar com mais facilidade, mais rigor na fiscalização e também na punição, e é preciso que se tenha uma conscientização por parte da população e medidas preventivas”. Como medidas preventivas, ele cita o exemplo de alguns países que passam pelo mesmo problema, como a Austrália. “Então é importante, por exemplo, tirar a vegetação seca, mato seco de áreas de preservação e criar espaço vazio entre a plantação para que isso dificulte a passagem do fogo de uma área para outra.”


Reflexão Econômica
A coluna Reflexão Econômica, com o professor Luciano Nakabashi, vai ao ar quinzenalmente,  quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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