Duas mortes a serem lamentadas

Guilherme Wisnik fala sobre o assassinato covarde do congolês Moïse Kabagambe e da morte da cantora Elza Soares, ambos muito tristes em sua própria forma

 10/02/2022 - Publicado há 2 anos

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Em sua primeira coluna do ano, Guilherme Wisnik trata de dois temas: o primeiro, um episódio que considera duro, brutal e absurdo: o assassinato recente do congolês Moïse Kabagambe, espancado covardemente, até a morte, num quiosque do Rio de Janeiro. Para o colunista, o incidente tem a ver com o fato de o País estar trocando seus princípios republicanos pelos milicianos. “E essa morte escancara isso, uma morte covarde, porque vários homens batendo nele, alguma coisa que me lembrou, num flash, quando o índio Galdino Jesus dos Santos, em Brasília, em 1997, foi queimado vivo enquanto dormia num ponto de ônibus.”

Para Wisnik, o Brasil vai numa direção de piora dessa rota. “Aqueles linchadores, delinquentes, playboys de Brasília, agora são milicianos que estão por toda parte.”

O segundo assunto abordado por Wisnik, que em sua opinião se junta ao primeiro na tristeza que representa, é a morte, também recente, da cantora Elza Soares. Ele lembra um pouco da trajetória da cantora, que passou por muitas dificuldades, inclusive preconceitos, em sua longa vida. O ponto que ele enfatiza aqui é o de que, apesar de todos os percalços sofridos, Elza Soares deu a volta por cima e “conseguiu transformar isso em afirmação artística, em afirmação do lugar da mulher negra, com sua voz incrível, com aqueles rugidos que só ela sabia fazer”. A coluna finaliza com trechos da canção A Mulher do Fim do Mundo, na interpretação dela, Elza Soares.  


Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar  quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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