Deficiências na visão podem representar fator de risco para demências senis, indica pesquisa

Apesar de não ser a maior influenciadora nos casos de demência, a deficiência visual configura 1,8%, se aproximando de condições como tabagismo e diabete

 13/07/2022 - Publicado há 2 anos

Dentro da medicina são identificados vários fatores de risco que podem retardar ou prevenir casos de demência em idosos. Nesta edição do Fique de Olho, o professor Eduardo Rocha traz uma pesquisa publicada no periódico Jama Ophthalmology que indica que a deficiência visual deve ser incluída nesses fatores.

O estudo conduzido pela equipe do professor Ehrlich, da Universidade de Michigan, concluiu que 1,8% dos casos de demência estudados nos Estados Unidos – cerca de 100 mil casos -, poderiam ser evitados com maiores cuidados com a visão. De acordo com Rocha, apesar de não ser o fator que mais influencia nesses casos de demência, como é o caso da hipertensão arterial (12,4%), a deficiência visual se aproxima de fatores como “tabagismo, diabete, inatividade e o isolamento social”.

Apesar disso, o professor afirma que serão necessários mais estudos para comprovar esse fato, dado que, na opinião de Rocha, esse estudo cria um artefato estatístico conhecido também como profecia autorrealizada. “As pessoas, temendo a debilidade senil, passam a cuidar melhor da saúde geral, alimentação, visitas periódicas e controle das doenças degenerativas, e assim ganhar benefícios nas duas frentes.”

O professor ainda explica que a pesquisa não mostra efetivamente uma relação de causa e efeito entre a deficiência visual e a demência, entretanto, abre espaço para que futuros estudos “ajudem a esclarecer e a detalhar isso melhor”.


Fique de Olho
A coluna Fique de Olho, com o professor Eduardo Rocha, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.

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