Dados em redes sociais podem facilitar o controle sobre usuários

Luli Radfahrer explica o conceito de “mercado da mente” e aponta os perigos do controle das grandes empresas sobre o usuário de serviços digitais

 19/03/2021 - Publicado há 3 anos

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O surgimento das redes sociais trouxe a seu usuário uma nova forma de compartilhar dados e informações. Pensado inicialmente como forma de integração, essas ferramentas acabaram se tornando verdadeiros instrumentos para as grandes empresas que controlam esse ramo: “A expressão ‘mercado da mente’ vem sendo usada há um tempo e diz o seguinte: ‘A hora que eu misturo big data, grandes bases de dados, redes sociais, inteligência artificial, muitos indivíduos estão procurando o controle, como marionete, das vontades de cada pessoa que participa dessas redes'”, explica o professor Luli Radfahrer em sua coluna Datacracia.

A partir desse controle que existe sobre as informações, o professor conta que as redes podem condicionar até mesmo o conteúdo que os usuários terão vontade de consumir. “Esse controle é muito maior do que uma manipulação por propaganda, é uma coisa mais séria, porque você define o que um indivíduo vai querer e o que um indivíduo vai considerar certo ou errado. Se eu sei tudo a seu respeito, é fácil controlar a realidade que você vê.”

Assim, diante dos riscos e para evitar essa nova forma de dominação do mercado das redes sobre o indivíduo, o professor Radfahrer enxerga que o melhor caminho seria apostar na regulação desses meios pela via legislativa: “Tem que controlar, tem que impedir, tem que regulamentar. Isso não altera o seu uso da rede social, mas altera o uso que essa rede social faz dos seus dados”.


Datacracia
A coluna Datacracia, com o professor Luli Radfahrer, vai ao ar quinzenalmente, sexta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7 ; Ribeirão Preto 107,9 ) e também no Youtube, com produção da Rádio USP Jornal da USP e TV USP.

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