Cracolândia, um problema de difícil solução

Raquel Rolnik entende que a solução passa longe da limpeza de ruas e sim pelo acolhimento de pessoas vulneráveis sem apoio social e de saúde

 31/03/2022 - Publicado há 2 anos
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No dia 20 de março, moradores e pedestres foram surpreendidos mais uma vez com o suposto “fim da Cracolândia” pela enésima vez. A Praça Júlio Prestes, conhecida como “praça do cachimbo”, no bairro da Luz, onde ficava a concentração de consumidores de drogas, amanheceu vazia.

O local foi limpo, ruas e meio fio recuperados, lixo removido e calçadas e ruas lavadas pelas equipes da Prefeitura municipal, que estiveram durante toda a semana no bairro.

O grupo foi para a Praça Princesa Isabel, próxima ao endereço anterior, por ordem de líderes do tráfico de drogas. “A cena aberta de consumo de crack na cidade de São Paulo não acabou, muito pelo contrário, se multiplicou. Em  2017, eram 60 pontos de consumo e hoje são 150 pontos de crack e outras drogas”, analisa a professora Raquel.

Trata-se de uma população extremamente vulnerável, sem casa, sem família, sem estrutura e sem rede de apoio social e encontrou acolhimento em uma rede de usuários de tráfico sem ter menor expectativa de acolhimento. Os problemas da região estão bem longe de serem resolvidos.


Cidade para Todos
A coluna Cidade para Todos, com a professora Raquel Rolnik, vai ao ar quinzenalmente quinta-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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