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O médico João Paulo Lotufo nesta semana conta o caso de um garoto de 11 anos que pediu atendimento no Ambulatório de Pediatria sem a presença da avó que o acompanhava. O pai do menino o abandonou e a mãe trabalha para sustentar a família. Lotufo conta que a avó da criança o trouxe até a nossa presença porque estava muito deprimido. O menor disse para a médica residente de Pediatria que sofria bullying na escola, que o seu pensamento era de matar aqueles que o agrediam e depois dar cabo de sua vida.

“Quem trabalha na linha de frente já sabe a grande dificuldade de se encaminhar casos como este para a rede pública. São semanas ou meses de espera sem sucesso. Procuramos então ligar para o Caps infantojuvenil da região do Butantã, que disse que não poderia atender esse caso pela urgência que ele demandava. Começou então a saga atrás de um atendimento para o menor. Demoramos em torno de três horas para solucionar o encaminhamento, enquanto esperávamos as ligações feitas que não são rápidas e muitas vezes não são eficientes.”

Lotufo conta que entregou para ele vários livretos do Dr. Bartô para passar o tempo enquanto resolvia a situação. Entre os livretos os 12 passos para uma vida mais feliz. “Quando retornei, a avó disse que ele já havia decorado os 12 passos para não cair nas drogas. É visível como o sofrimento de uma criança pode direcioná-la para um caminho errado”, observa.

Para o colunista, já está provado que a criança obesa que sofre bullying tem mais facilidade para uso de drogas. “Temos obrigação de conversar sobre esse assunto com nossos filhos ou pacientes porque eles não devem sofrer bullying, mas também não devem fazer.  O desfecho deste caso foi positivo e o menino de 11 anos foi atendido por três vezes no Caps infantojuvenil de Osasco por uma equipe especializada. Agora ele está feliz, sem risco atualmente de estragar sua vida e a de outras pessoas”, avalia.

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