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Na coluna Horizontes do Jornalismo de hoje (14), Carlos Eduardo Lins da Silva comenta um artigo do jornal The New York Times, publicado também em português no Estadão, posteriormente, que discute o papel do jornalista e seu posicionamento na sociedade: assim como esse profissional não pode ser visto como um inimigo, também não pode ser considerado um salvador. Segundo o professor, essa é uma leitura fundamental a todos os jornalistas para que eles reflitam acerca da situação atual da profissão.

Lins da Silva ressalta que o jornalismo tem sofrido mudanças desde o começo deste século e, principalmente após as vitórias de Trump e Bolsonaro nas eleições, tendo que reagir a ataques e divergências. Sendo assim, “os cânones que a profissão seguiu durante um século podem ser alterados, pois os principais jornais nacionais e internacionais estão aparentemente caminhando para uma linha de enfrentamento pessoal aos presidentes considerados inimigos da imprensa. Porém, isso não diminui o poder que eles têm em dominar o debate público. Estamos caindo em uma armadilha”, indica o professor.

Para o especialista, o profissional do jornalismo não pode focar somente nos ataques diretos à imprensa, como no caso em que Bolsonaro chamou jornalistas de “bundões”. “Gasta-se tempo, energia e espaço demais para os disparates verbais do presidente e isso não implica minimamente perda de prestígio dele diante de seus seguidores. Essa estratégia não está indo bem, porque deixa de lado o foco em políticas públicas preocupantes. Precisamos prestar atenção nessa situação, pois ela definirá os caminhos da profissão: se vamos voltar para o jornalismo do século 19, em que os jornais eram todos partidários, ou se continuaremos a fazer jornalismo factual, que segue a objetividade”, conclui.

Saiba mais ouvindo a coluna na íntegra.

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