O professor Carlos Eduardo Lins da Silva comenta, na coluna Horizontes do Jornalismo desta semana, o decreto publicado pelo presidente Jair Bolsonaro que considera a imprensa como trabalho essencial durante a quarentena. Para o jornalista, por ser uma atividade essencial, o jornalismo sequer deveria ser discutido nesses termos. No entanto, o decreto se torna relevante quando se observa que o presidente tem sido bastante agressivo e contrário às atividades da imprensa. Na visão de Lins da Silva, seria o cúmulo se ele tentasse impedir os jornalistas de circularem durante a quarentena.
O colunista ressalta, no entanto, que, na quinta-feira (26), o presidente incluiu diversas outras atividades como essenciais, entre elas, as das lotéricas. Para Lins e Silva, esse tipo de classificação não demonstra um reconhecimento do trabalho dos jornalistas. Ele fala ainda sobre a necessidade de as empresas jornalísticas também serem contempladas com algum pacote de ajuda financeira devido à pandemia.
O professor também comenta uma pesquisa que mostrou que as empresas jornalísticas são as fontes mais confiáveis sobre o coronavírus. “Esse momento da pandemia do coronavírus é um dos mais ricos momentos da história recente do jornalismo, que já vem há 30 anos enfrentando percalços terríveis por causa da crise estrutural do modelo de negócios”, destaca o colunista. “Essa situação atual, em que o jornalismo presta um serviço público da melhor qualidade, é um grande momento da história do jornalismo contemporâneo e é pena que ele venha acompanhado de uma dificuldade adicional do ponto de vista do financiamento para o trabalho jornalístico”, finaliza.
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Horizontes do Jornalismo.
Horizontes do Jornalismo
A coluna Horizontes do Jornalismo, com o professor Carlos Eduardo Lins da Silva, vai ao ar quinzenalmente, segunda-feira às 8h30, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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