Atualizando a nomenclatura de “perturbadores endócrinos” para “desreguladores endócrinos”, seguindo a convenção estabelecida pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia, o colunista José Eli da Veiga nos traz um caso que ele considera “impressionante”.
Ele conta que uma bebê de 2 anos e 10 meses foi levada à médica endocrinologista Marilia Guimarães apresentando seios desenvolvidos, o que não era normal. “Não era só uma questão de passagem de hormônios da mãe durante o período de amamentação”, diz Eli da Veiga, lembrando que exames e conversas com a mãe não indicaram qualquer diagnóstico ligado à amamentação. Mas os seios continuaram crescendo.
Somente após um ano de acompanhamento foi descoberto que a mãe usava um shampoo na criança que continha parabenos (compostos químicos utilizados como conservantes). “Ao se cortar o uso do produto os seios diminuíram”, conta o colunista.
A médica relatou o caso numa reunião recente que juntou dezenas de endocrinologistas no hospital Samaritano, no Rio de Janeiro.
“O exemplo confirma o que venho alertando sobre tais produtos, que são comercializados livremente e a que estamos expostos”, alerta. Segundo o colunista, os produtos são vendidos sem qualquer tipo de aviso ou instrução nas prateleiras dos supermercados. “Nem o próprio comerciante sabe o que está vendendo”, considera o colunista. “Não é a mesma coisa em relação às indústrias químicas e farmacêuticas que sabem perfeitamente o que fazem. Por isso caracterizo o fenômeno como ‘venenosa ganância’.”
Ouça, no link acima, a íntegra da coluna Sustentáculos.