Ao anunciar que a criação do Renda Brasil não seria mais possível na terça-feira (15), o presidente Jair Bolsonaro citou que demitiria (dar o “cartão vermelho”) qualquer pessoa que sugerisse cortar benefícios sociais já existentes, no intuito de conseguir criar o novo programa, que substituiria o atual Bolsa Família. Na coluna de hoje (17), André Singer fala justamente sobre esse caso e suas repercussões.
“Ao dizer que ele vai dar cartão vermelho a quem, dentro da equipe dele, falar em corte de benefícios, ele está adotando agora um tipo de comunicação popular, que todo mundo compreende, pois é ligada ao futebol, e que é muito direta e, talvez, efetiva”, comenta o colunista. De acordo com Singer, o presidente quis mostrar que não tirará recursos dos mais pobres, já utilizando de uma linguagem mais direta e popular. Isso corresponde a uma novidade no comportamento de Bolsonaro, porque o presidente já estaria preocupado com as eleições de 2022, o que pode denotar uma virada, especialmente ao demonstrar um maior interesse na população de menor renda, o que, para o colunista, não havia sido a principal preocupação do chefe do Executivo até muito recentemente.
“Do ponto de vista efetivo, ainda cabe resolver o problema econômico”, conclui Singer, ao explicar que não apenas a linguagem precisa mudar, mas também a política, principalmente para garantir os recursos necessários para os atuais beneficiários do Bolsa Família e, quem sabe, uma futura e imprescindível ampliação do programa.
Saiba mais ouvindo a coluna Poder e Contrapoder, na íntegra, no player acima.
Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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