Um estudo recente publicado na revista Nature mostra resultados positivos em relação à expectativa de vida e saúde de camundongos. Os cientistas pesquisaram qual seria o efeito da inibição da IL-11 (interleucina 11, uma citocina produzida pela medula óssea e pelas células do tecido conjuntivo que atuam na hematopoiese – processo pelo qual são formadas as células do sangue – e proliferação celular de vários tecidos) nesses animais.
Estudos anteriores já haviam observado um aumento de IL-11 na osteoartrite e senescência (alterações fisiológicas inerentes ao processo de envelhecimento). “As fotos comparando camundongos tratados e não tratados não deixam dúvidas acerca do efeito do tratamento”, afirma Mayana Zatz, diretora do Centro de Estudos sobre o Genoma Humano e Células-Tronco (CEGH-CEL) da USP. “Brinco sempre que nesses casos não é necessário nenhuma estatística para comprovar a sua hipótese.”
Os pesquisadores investigaram a expressão da IL-11 em vários tecidos de camundongos. Em seguida, eles conseguiram deletar o gene responsável pelo IL-11 e estudaram qual era o efeito em camundongos de ambos os sexos.
Além disso, os pesquisadores estudaram o efeito de um anticorpo, o anti-IL-11, em camundongos mais velhos, com idades entre 75 a 100 semanas, o que corresponde a 55 anos de idade em humanos. Nesse experimento, eles compararam a expectativa de vida nos animais tratados e nos controles, que foram acompanhados até a morte ou que foram eutanasiados quando estavam moribundos.
Mayana fala que os resultados “[são] uma grande notícia se pensarmos na população humana que está envelhecendo”. E finaliza: “Vamos aguardar. Parece promissor”.
Decodificando o DNA
A coluna Decodificando o DNA, com a professora Mayana Zatz, vai ao ar quinzenalmente, quarta-feira às 9h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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