Os recentes ataques a veículos de imprensa e jornalistas feitos pelo presidente Jair Bolsonaro não são novidades em seu currículo. Mesmo antes de seu atual cargo, a relação entre o presidente e a imprensa era, no mínimo, tempestuosa. Mas, recentemente, o tom utilizado por Bolsonaro estava mais ameno, sem ataques diretos, o que pacificou relações entre os Poderes e negociações em andamento. “Desde a prisão do ex-PM Fabrício Queiroz, em 18 de junho, o presidente Bolsonaro moderou a linguagem e parou de fazer declarações antidemocráticas diárias, algo que ocorria desde meados de março, quando começou, na verdade, a pandemia”, comenta o colunista.
O discurso moderado ficou para trás quando o presidente ameaçou o jornalista de O Globo ao ser perguntando sobre os depósitos feitos à primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Singer explica que, de acordo com pesquisadores que estudam regressões autoritárias em países democráticos, a primeira vítima de tal autoritarismo é sempre a imprensa. Para ele, isso ocorre devido a dois fatores: o primeiro é que a imprensa é o veículo das manifestações que procuram defender a democracia e, segundo, trata-se de um ataque a uma das liberdades civis mais básicas, a liberdade de expressão.
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Poder e Contrapoder
A coluna Poder e Contrapoder, com o professor André Singer, no Youtube, com produção da Rádio USP, Jornal da USP e TV USP.
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