No dia 19 de abril, sexta-feira, o Hospital das Clínicas completará oito décadas de existência. Referência nacional e internacional, além de receber entre 42 e 45 mil pessoas por dia, o conjunto hospitalar aposta em se destacar tecnologicamente e busca aumentar sua capacidade e especializações. Para comentar o assunto, o entrevistado é o próprio superintendente do hospital, Antonio José Rodrigues Pereira. Ele reafirma o investimento em novas tecnologias e o compromisso do hospital em se manter atualizado: “Aqueles três pilares que antigamente nós falávamos – ensino, pesquisa e assistência –, hoje nós temos um quarto pilar: o da inovação”.
Expansão
O complexo hospitalar, que hoje conta com oito institutos, receberá mais um: o Instituto Dr. Ovídio Pires de Campos. Com 14 andares, uma área de 19 mil m², 14 salas cirúrgicas, 17 leitos de recuperação cirúrgica e outros dez de UTI, a construção proporcionará um aumento de 178% na capacidade mensal de realização de cirurgias ambulatoriais. A outra estrutura por vir, o Centro de Pesquisas Clínicas, contará com nove andares em uma área de aproximadamente 9,5 mil m². Seu objetivo é receber o recrutamento e acompanhamento de pacientes e voluntários dos estudos clínicos.
Segundo o superintendente, os novos prédios devem estar prontos entre 18 e 24 meses e vêm para contribuir com um hospital que recebe anualmente 113 mil atendimentos de urgência e emergência, 926 mil consultas ambulatoriais, 682 mil exames de imagem, 61,5 mil internações, 33,3 mil cirurgias e 11 milhões de exames de análises clínicas (laboratoriais).
Tecnologia
O investimento em tecnologia é a marca do Hospital das Clínicas. Para efeitos de comparação, ele abarca 38% das operações de alta complexidade na cidade de São Paulo. No Brasil, esse número corresponde a 3,5%, mesmo que o HC seja apenas um dentre mais de 6 mil hospitais no território nacional.
Para além das mudanças nos equipamentos, a inovação também se traduz em trazer profissionais cada vez mais capacitados. Como comenta o especialista, “não adianta nada uma tecnologia de ponta se não tiver alguém também lidando com essa tecnologia. O hospital vive dos profissionais médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, toda essa parte multidisciplinar”.
Pereira ainda comenta que algumas das novidades são a integração do 5G, que possibilita o atendimento médico remoto, estabelecendo uma ponte entre um centro tecnológico de ponta com regiões de difícil acesso, e a implantação da inteligência artificial, para promover maior eficiência em diagnósticos de saúde. O objetivo é criar um espaço interdisciplinar e, com o cruzamento de dados submetidos à IA, será possível atingir uma maior eficiência nos diagnósticos.
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