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Queimadas e tempo seco voltam a ser o tema desta coluna do professor Paulo Saldiva, que alerta para os altos níveis de poluição do ar. “Nesses períodos, muitos de nós, infelizmente a maioria, sentirão desconforto, ardor nos olhos, nariz seco e tosse, dificuldades para dormir e um cansaço. Alguns, mais vulneráveis, terão conjuntivite, laringite, teremos um maior agravamento de doenças respiratórias, também das doenças cardiovasculares, fazendo com que tenhamos de nos atentar muito para a nossa saúde. E, finalmente, alguns adoecerão e infelizmente teremos mortos. Um excesso de mortes que, no Estado de São Paulo, poderá atingir cifra de algumas centenas.” A única possibilidade ao nosso alcance, de acordo com Saldiva, é cuidar da saúde, “competirá à saúde dar condições de que as pessoas procurem e tenham algum alívio ou cura das suas doenças”.

O colunista aponta alguns caminhos que podem levar a uma solução: “Teremos que ter um projeto de curto e de médio prazo, para fazer planos de intervenção mais consolidados e para a recuperação ambiental. Evidentemente, tem questões que fogem do nosso quintal, fogem da nossa alçada, que são as mudanças climáticas globais. Os municípios poderão começar a trabalhar em conjunto para, no caso das bacias aéreas, recomposição do solo e aprimorando as medidas de combate a incêndio. Teremos que ter uma legislação ambiental que leve em conta a saúde humana com mais detalhes, com mais precisão, mudar os padrões de qualidade do ar para que a gente possa decretar algumas medidas que visem à proteção da saúde”, argumenta ele. “Essas crises têm que ser usadas para mudanças; agora, neste momento, podemos fazer muito pouco e o que fizermos seguramente será muito tarde. Compete a nós, inclusive da Academia, ajudarmos nesse processo, apresentando soluções técnicas, que visem a minimizar um problema que tem sido anunciado há algumas décadas e que agora se materializa com muita intensidade à frente de todos nós. É o momento de ação. É chegada a hora da saúde ter um protagonismo maior, ser dado a ela um espaço maior nos órgãos ambientais e na regulação ambiental.”

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