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São Paulo corre o risco de ficar sem o Complexo Esportivo do Ibirapuera. Em Ouvir Imagens, na Rádio USP (clique e ouça o player acima), a colunista Giselle Beiguelman, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, explica: “De fato, o Condephaat negou o pedido de tombamento, mas as instituições, como a FAU-USP, o Instituto dos Arquitetos do Brasil, o IAB-SP e associações como Esportes pela Democracia seguem pressionando”.

Diante dessa decisão do Condephaat, a professora observa as relações entre cultura e liberdade. Um questionamento que, segundo ela, está sendo abordado no livro A cultura é livre, do jornalista Leonardo Foletto, lançado pela Editora Rosa Luxemburgo. “O autor é conhecido nas redes pela edição do excelente blog BaixaCultura”, comenta. “Com o subtítulo Uma história da resistência antipropriedade, o autor dá uma das chaves das motivações da obra. Com foco nas dinâmicas da propriedade intelectual, ele faz uma incursão histórica pela relação entre produção cultural e domínio público, analisadas pelo ponto de vista do sul global.”

Giselle Beiguelman destaca a análise do autor sobre os circuitos de circulação e autenticação da cultura em várias épocas. Parte da oralidade, na Grécia Antiga, e chega às práticas colaborativas da atualidade. “A consolidação da cultura como bem comercial e produto, ao longo do processo de industrialização, e os abalos que a internet trouxe ao modelo proprietário do capitalismo constituem o cerne de sua discussão.”

O prefácio é assinado por Gilberto Gil, ministro da Cultura na época do nascimento do BaixaCultura. O livro, na avaliação da professora, não cede à palavra-chave que define o ano de 2020: distopia. “Pelo contrário, mapeia as manifestações que construíram novos paradigmas, como o Creative Commons, o Copyleft e as estratégias recombinantes.”

O livro está disponível para compra em formato impresso e em e-book para download no site da Fundação Rosa Luxemburgo e no BaixaCultura. “Acima de tudo, o autor Leonardo Foletto enuncia que o acesso à cultura e aos meios de produção cultural são as prerrogativas de um mundo livre”, reitera Giselle Beiguelman.

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