A PEC das praias ataca um símbolo do espaço público no Brasil

As praias, diz Guilherme Wisnik, são lugares de encontros sociais, de diversidade e de convivência, e é sobre esse cenário que paira a ameaça da proposta cujo relator é o senador Flávio Bolsonaro

 13/06/2024 - Publicado há 6 meses

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No Espaço em Obra desta semana, o professor Guilherme Wisnik trata da chamada PEC das praias, uma proposta – cujo relator é o senador Flávio Bolsonaro – que considera um escândalo e que, em sua visão, atende a interesses predatórios “de quem quer explorar, de quem quer se apropriar de tudo aquilo que é bem público para ganhar em cima, para privatizar, para fechar, para lucrar e para espoliar o bem do País, como muito já tem sido feito em relação ao meio ambiente, por exemplo”. Sem deixar de comentar o impacto que isso representaria para as populações ribeirinhas, o colunista concentra sua atenção num aspecto que considera essencial nessa questão, ou seja, o de que no Brasil as praias são símbolo do espaço público, “lugares de encontro de classes sociais, de diversidade, de convivência pacífica dentro do possível, correspondendo a uma ideia de uma sociedade plural e que se expressa pelo corpo, lúdica, expansiva. Essa chamada PEC das praias, além de tudo, também ataca o coração dessa mesma identidade nossa, que até hoje tem sido muito forte e bem-sucedida”.

Wisnik encerra a coluna em tom bem humorado, fazendo uma comparação sobre esse fato recente e uma antiga canção da música popular, Carta ao Tom 74, com letra de Vinicius de Moraes, a qual traça um panorama do Rio de Janeiro nos anos 70, tomado pela exploração imobiliária.


Espaço em Obra
A coluna Espaço em Obra, com o professor Guilherme Wisnik, vai ao ar  quinzenalmente quinta-feira às 8h, na Rádio USP (São Paulo 93,7; Ribeirão Preto 107,9) e também no Youtube, com produção da Rádio USP,  Jornal da USP e TV USP.

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